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| Arte: Ivo Milazzo |
A reunião virtual de fãs de Ken Parker, fumetti/HQ italiano que é item de devoção do Diário Kenparkerniano, grupo formado no WhatsApp que se organizou com a intenção de cronologicamente reler e debater todos os episódios da epopeia western, também é relatado aqui no Ken Parker Blog.
Confira a trilha sonora de Ken Parker
— Ken Parker "A Mulher de Cochito" (Vecchi /Tendência). Argumento: Giancarlo Berardi / Roteiro: Maurizio Mantero — Desenhos: Carlo Ambrosini. Publicada originalmente no Brasil em Julho de 1982/Editora Vecchi
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| Arte: Carlo Ambrosini |
Bacia do Rio Gila, no Arizona, Ken Parker é surpreendido em seu acampamento noturno, e assim, em plena leitura de "O Poço e o Pêndulo" de Edgar Alan, tem seu cavalo, sela e bolsa de livros, além do velho rifle, levados por Cochito e Nooki, um casal apache vindo de Forte Bayard. Foragidos, Cochito é acusado de tentativa de homicídio, isso após salvar Nooki de um eminente estupro nas instalações do forte. Na manhã seguinte ao inusitado desfalque, Ken encontra e se junta a uma patrulha liderada pelo Capitão Hawks, todos em busca dos rastros do casal.
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| Arte: Carlo Ambrosini |
Encontrado ainda bebê após o massacre de sua família por tribos rivais, Cochito é batizado de Archie, sendo criado pelo casal Maynard e Angela Bowers. Quando adolescente e jovem adulto, voltou a conviver com os apaches, pois sua família comprou um rancho próximo à reserva indígena, e assim Archie/Cochito conhece Nooki, inspirado em absorver ambas culturas e suas disparidades sociais. Ressurge novamente a longa agonia do povo apache, uma das últimas nações indígenas a lutar pela liberdade incondicional de seu povo.
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| Arte: Carlo Ambrosini |
Agrupado ao pequeno regimento do Capitão Hawks, Ken Parker justifica sua diligência pela importância do que foi levado entre suas posses — "Gostaria de recuperar minha sela, os livros e meu rifle - sou muito afeiçoado a eles". Assim, "A Mulher de Cochito" traz uma narrativa de defesa ao índio norte-americano, opondo-se a afirmação de que os indígenas são desprovidos de inteligência e sentimentos, uma falácia propagada naquele período como justificativa para essa segregação. Giancarlo Berardi usa a voz de seu protagonista como brado de oposição ao iminente extermínio dos apaches, é o que vemos nas páginas 57 e 58 (tomando por base a edição da Editora Vecchi), um louvor ao signo de resiliência através da cultura e dos costumes dos habitantes originais do continente americano.
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| Arte: Carlo Ambrosini |
O debate entre Ken Parker e o Capitão Hawks (página 109) explicita os motivos do ex-scout ter deixado a carreira de guia civil do exército — "Não quero ter mais deveres além daqueles que a consciência me impõe", diz ao oficial. Uma das grandes surpresas de "A Mulher de Cochito" está justamente no arremate da história, quando contrariando os epílogos berardianos somos surpreendidos num desfecho fora da curva das previsibilidades — e fatalidades — daquilo que conhecemos da saga de Ken Parker. Apesar da temática pesada e indigesta, há um certo ar de congruência e mútua compreensão entre caçados e caçadores, principalmente quando Cochito auxilia o grupo de militares no embate contra o bando de Hondo. Outro aspecto cativante está no romance do casal, espargindo instantâneos poéticos nas palavras de Cochito e Nooki, a exemplo de uma pausa entre as flores na página 50.
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| Arte: Carlo Ambrosini |
Quem possui em mãos a antiga edição da Editora Vecchi lançada em julho de 1982, certamente ficou frustrado com esse episódio. Os desenhos estão apagados, borrados, muitas vezes os letterings (principalmente os cursivos), estão em inacessível leitura, assim como algumas imagens parecem incompreensíveis em suas minúcias. Uma pena, pois se trata de um dos melhores trabalhos de Carlo Ambrosini como ilustrador de Ken Parker. Pelo menos esse equívoco editorial foi 'consertado' na nova edição publicada pela Editora Tendência.
Próximo episódio: "Adah"
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| Arte: Carlo Ambrosini |
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| Arte: Carlo Ambrosini |
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